Matéria nuclear sob condições extremas e hidrodinâmica relativÃstica
Colisões ultra-relativísticas de íons pesados realizadas no Relativistic Heavy Ion Collider (RHIC), em Nova Iorque, e no Large Hadron Collider, em Geneva, são capazes de atingir temperaturas altas o suficiente para produzir e estudar matéria nuclear em condições que somente existiram na natureza alguns microssegundos após o Big-Bang. Nessas temperaturas, a matéria somente pode existir como uma sopa ultra-relativística de partículas elementares, chamada de plasma de quarks e glúons -- um precursor da matéria como a conhecemos hoje. A descoberta mais surpreendente e, ainda hoje, não compreendida feita por estes experimentos é que este plasma se comporta como um fluido quase perfeito, com a menor viscosidade cinemática já observada na natureza. Modelar um fluido relativístico fortemente interagente, nas condições extremas produzidas em colisões de íons pesados, não é uma tarefa simples, representando um grande desafio sob os pontos de vista teórico e computacional. Neste seminário, vou relatar os recentes esforços teóricos realizados para modelar o plasma de quarks e glúons. Em particular, discutirei o domínio de aplicabilidade de teorias hidrodinâmicas relativísticas e a divergência da série hidrodinâmica.